Paranaíba

De pequeno via essas estradas. tortas, tortas como minhocuçu de pegar peixe no anzol. Estradas que seguiam o Paranaíba como irmãos, de mãos dadas. se afastando, às vezes, para dar lugar ao pipoco de cerrado que brotava insistente no meio deles. relutante à seca. relutante como a flor do mesmo cerrado. que brota do que é bruto e seco e árido. de onde não se brota nada. dali nasce a flor do cerrado. e que é tão solitária quanto bela. A flor que faz o mojo, e pari o marmelo, o joá, a lobeira. que dá ao teiu, à siriema, ao inhambu e ao sanhaço. que voa, e que bebe água no córrego. piaba no córrego, que vira mandí, que vira traíra, que vira jaú, que vira, de novo, Paranaíba… e lá na sede, meu avô apeia o Pretinho, tira o chapéu, e pousa para um café coado.

Deixe um comentário